sábado, 13 de agosto de 2011

SEIS ANOS SEM ARRAES

Notícia retirada na íntegra do Blog do Jamildo

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Missa lembra seis anos sem Miguel Arraes

POSTADO ÀS 09:06 EM 13 DE Agosto DE 2011
Foto: O Globo / Reprodução

Uma missa será celebrada na noite deste sábado (13) em memória do ex-governador Miguel Arraes de Alencar, morto há exatos seis anos. A homenagem ao avô do atual governador, Eduardo Campos (PSB), acontece às 19h30, na Igreja de Casa Forte.

Ex-governador de Pernambuco por três mandatos, presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) de 1993 a 2005 e deputado federal – também por três mandatos –, Arraes foi forte referência para a esquerda brasileira.

Nascido em 15 de dezembro de 1916 em Araripe (CE), Arraes teve forte atuação na política regional pernambucana. Foi para o Rio de Janeiro estudar direito em 1932. Iniciou sua vida pública em 1947, indicado por Barbosa Lima Sobrinho para a chefia da Secretaria da Fazenda pernambucana pelo ex-presidente do IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool).

Elegeu-se governador em 1962, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social Democrático (PSD), derrotando João Cleofas (UDN) — representante das oligarquias canavieiras de Pernambuco.

Com o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao cargo para evitar a prisão, o que prontamente recusou para, em suas palavras, "não trair a vontade dos que o elegeram". Em conseqüência, foi preso na tarde do dia 1º de abril. Deposto, foi encaminhado para as prisões da Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros, no Recife, e da Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na Argélia.

EXÍLIO - Concedido o habeas corpus, Arraes foi orientado por seu advogado, Sobral Pinto, a exilar-se, sob pena de voltar a ser preso pela ditadura. Após recusa da França em recebê-lo, Arraes cogitou pedir asilo ao Chile - neste país, entretanto, houve pouco tempo depois o golpe militar de Pinochet. Sem escolha, Arraes tomou a Argélia como destino. Parecia até proposital, pois a Argélia tinha problemas sociais parecidos com os do Brasil.

Durante o exílio, foi condenado à revelia, no dia 2 de março de 1967, pelo Conselho Pernambucano de Justiça da 7ª Região Militar. A pena, de 23 anos de prisão, foi pelo crime de "subversão".

ANISTIA - Em 1979, volta ao Brasil e à política. Elegeu-se deputado federal em 1982, pelo PMDB. Em 1986 vence as eleições para governador de Pernambuco, ainda pelo PMDB. Seu governo foi caracterizado por programas voltados ao pequeno agricultor, como o Vaca na corda, que financiava a compra de uma vaca e o Chapéu de palha, que empregava canavieiros no período de entre-safra, na construção de pequenas obras públicas. Outro ponto central foi à eletrificação rural. Esse trabalho serviu de referência para a implantação, décadas depois, do programa "Luz para Todos", do governo federal. Ele também apoiou sindicatos, associações comunitárias e ligas camponesas, transformando-se em um mito para os populares que o chamavam carinhosamente de "Dotô Arrai" e "Pai Arraia".

Em 1990, filia-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). É eleito mais uma vez governador em 1994, aos 78 anos. Em 2002, com 86 anos, vence sua última eleição, elegendo-se o quarto deputado federal mais votado do estado de Pernambuco. Neste seu último mandato como deputado federal fez parte, junto com os integrantes de seu partido, o PSB, da base aliada do governo do presidente Lula, sendo responsável pela indicação de ministros que iriam ocupar o Ministério da Ciência e Tecnologia na primeira gestão de Lula, destacando-se na função seu neto e herdeiro político Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco, também pelo PSB.

(Com informações do site do PSB nacional)
Abaixo, a homenagem em fotos que o blogueiro Ricardo Noblat fez no dia da morte de Arraes, 13/08/2005:
Arraes em imagens 
Fotos do Jornal do Comércio, de Pernambuco

Deposto pelos militares por apoiar o então presidente João Goulart e governar com o apoio de forças de esquerda, Arraes saiu preso do Palácio do Campo das Princesas, no Recife, ao cair da noite do dia1º de abril de 1964.


Do Recife, foi levado para a ilha de Fernando de Noronha, onde ficou 11 meses. Passou depois por mais dois períodos de prisão no Recife, e um no Rio. Em 1965, solto por meio de um habeas corpos, exilou-se na Argélia, país africano.


Arraes foi fichado no Departamento de Ordem Política e Social, o Dops. Em julho de 2005, recebeu uma idenização de R$ 689 mil da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça por ter sido preso e obrigado a fugir para o exílio.



De volta do exílio em 16 de setembro de1979, Arraes foi recebido por 60 mil pessoas no bairro de Santo Amaro, no Recife. Compareceram ao comício Lula, Jarbas Vasconcelos, atual governador de Pernambuco (à esquerda da foto) e Marcos Freire, ex-senador (entre Jarbas e Lula).


Embora tenham escolhido partidos diferentes depois de voltar do exílio em 1979, Arraes (PMDB e depois PSB) e Brizola (PDT) estiveram juntos no apoio ao governo de João Goulart, na oposição à ditadura militar que durou 21 anos, e no apoio a Lula – seja logo no primeiro turno da eleições presidenciais ou somente no segundo. Brizola disputou com Lula em 1989 e em 1994, e foi vice dele em 1998.


Arraes e o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, trabalharam juntos pela reforma agrária em Pernambuco. Na época da ditadura militar, Dom Hélder foi tratado como inimigo dela. A imprensa foi proibida de mencionar o nome dele durante sete anos. A casa do arcebispo foi alvo de tiros. E um dos seus assessores, o padre Antônio Henrique Pereira Neto, foi sequestrado, torturado e morto à bala.


A foto é da década de 80. Arraes é o quarto da direita para a esquerda. O primeiro da direita, e o único sem paletó, é o atual assessor especial de Lula, o ex-ministro Luiz Gushiken. Entre Lula e Arraes, Roberto Freire, deputado federal e atual presidente do PPS. Freire apoiou Lula em 2002. Agora lhe faz oposição. É para o PPS que deverá ir nas próximas semanas o atual senador pelo PT do Distrito Federal, Cristovam Buarque.


Arraes e o mineiro Tancredo Neves estiveram juntos no MDB, partido de oposição à ditadura de 1964. Com a proximidade do fim da ditadura, os dois se distanciaram. Em 1979, Tancredo disse: “O meu MDB não é o de Miguel Arraes”. Em 1984, Tancredo pediu e obteve o apoio de Arraes à eleição dele para presidente da República pelo Colégio Eleitoral (deputados + senadores + delegados dos partidos nos Estados).
Eleito em janeiro de 1985, Tancredo foi internado às pressas na véspera de tomar posse em 15 de março. Morreu no dia 21 de abril daquele ano depois de ser operado sete vezes. O país foi governado até 1989 pelo vice dele, o atual senador José Sarney. O sucessor de Sarney, Fernando Collor, foi o primeiro presidente eleito pelo voto direto desde 1964. Por roubalheira, foi cassado pelo Congresso em dezembro de 1992.


Arraes governou Pernambuco três vezes. A foto é da campanha dele de 1998 quando tentou se reeleger para governar pela quarta vez. Foi derrotado pelo atual governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Os dois haviam sido aliados até o início dos anos 90.


Arraes, presidente nacional do PSB, foi um dos articuladores do apoio do seu partido a Lula em 2002. O neto dele, Eduardo Campos, deputado federal, foi até há pouco ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula. Amanhã à tarde, Lula desembarcará no Recife para o enterro de Arraes.

Notícia retirada na íntegra do Blog do Jamildo

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